Espíritos do Lápis e Rock - agosto 2010


Esquerda - Esboço a Lápis, 5x10cm.
Direita - Finalização no Photoshop

Eu estava tentando fazer umas coisas com mortos vivos, almas penadas, fantasmas,espíritos... Me atrai esse visual de coisa antiga, com marcas do tempo. Aquela pessoa eternizada numa foto sem cor numa década distante, nos olhando como um fantasma.
Tenho escutado muito uma banda chamada Opeth. Não é um som fácil, demorei meses para começar a entender as ideias sonoras. Eles misturam metal extremo com rock progressivo antigo e música folk. Tudo soa desgastado, sombrio e denso. Isso deve-se as camadas sonoras que os caras mesclam nas musicas, uns ruídos misteriosos, violões que desafinam no meio do dedilhado, melodias dissonantes, entre outras mil experiências bem sucedidas. Pensei que isso é um ponto interessante para traduzir ao mundo visual. As vezes uma textura, certa luz ambiente, um olhar moribundo numa pose apática, pode passar esse aspecto sobre natural. Essa coisa de estar lá na imagem mas na realidade não estar mais. Entendem?

Comecei um desenho no caderno a umas semanas que agradou, um projeto para pintura, inicialmente. Ridiculamente pequeno, só para sentir a atmosfera. Bem comportado o processo até ai, tudo pensando em simular o que ia fazer pintando na acrílica.
Quando eu abri o arquivo do desenho a lápis no photoshop e dei zoom fiquei fascinado.
Pelo desenho ser minúsculo, consegui preservar a textura do lápis no arquivo digital, os poros do sulfite tosco. Essa textura me agradou muito, pois lembrava ferrugem. Tentando preservar ela, simulei uma veladura com filtros nos layers. Assim pude manter a textura e queimar os pixels com uma coloração amarelo avermelhada. No fim, não deu para pintar esse projeto, ficou um misto digital mesmo.

O próximo leva o mesmo tema "Seres do além", já postei o esboço no Flickr: LINK
Só que agora eu pintei de verdade. Posto em breve :)

Espero que tenham gostado do resultado.